terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Luiz Maranhão: O último Pioneiro


Luiz Maranhão foi um conhecido teatrólogo, radialista e cineasta pernambucano nos idos da primeira metade do século 20. É considerado o último pioneiro do Ciclo do Recife por ter participado dos últimos três longas-metragens do movimento: Verônica (1928), Destino das Rosas (1929) e No Cenário da Vida (1930). Também participou, juntamente com Ary Severo de uma refilmagem de uma cena de Aitaré da Praia, cujo latão correspondente a ela perdeu-se, possivelmente num incêndio, algo comum com os celulóides, material da película naquela época.


Após o final do cinema mudo, Maranhão foi um destacado radialista, embora não tenha abandonado o teatro, cuja bagagem adquirida em São Paulo, antes de retornar ao Recife foi de grande valia para o movimento, cuja dinâmica das encenações fizeram evoluir nítidamente alguns parâmetros. Segundo o seu filho, o jornalista e doutor em cinema Luiz Maranhão foi a partir de seu pai que o movimento conheceu a figura do diretor de cena, até então desconhecida. Visto que, havia apenas o diretor geral, e estava subjugado a ele a total responsabilidade do filme, e todo o acúmulo de funções.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Joaquim Matos: o Exibidor do Ciclo


O Ciclo do Recife nasceu para o público, oficialmente, no dia 16 de março de 1925, graças à ação desbravadora de quatro homens: do cinegrafista Edson Chagas, dos cineastas Gentil Roiz, Ary Severo e do exibidor Joaquim Matos, proprietário do Cinema Royal.Sem dúvida o Royal foi o templo do cinema pernambucano, graças à “camaradagem” dele. Pois não havia espaço na programação dos filmes, toda comprometida com produções americanas. Mas pela amizade se dava um jeito.
E para burlar da implacável perseguição Matos exibia os nossos filmes em vários cinemas por curto período, a fim de garantir "sobrevivência" do Ciclo. Já idoso ele deixou uma declaração de sua façanha, registrada em cartório:
"Eu engalanava meu cinema com bandeirolas, folhas de canela pelo chão, tudo quanto se fizesse necessário ao embelezamento da casa nos dias de exibições dos filmes pernambucanos. Ainda me recordo bem daquela manhã de julho de 1926, quando exibi para a imprensa e convidados o filme A Filha do Advogado. Foi um delírio. E eu nunca vi em primeiro plano qualquer lucro, era duramente criticado pelos meus colegas exibidores. Visava acima de tudo ajudar àqueles heróis, verdadeiros loucos."
(Declaração de 16 de maio de 1958).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Edson Chagas: O homem Câmera


Edson Chagas, pode-se dizer, foi o um dos homens mais importantes do Ciclo do Recife, foi ele o responsável por assinar a maioria dos filmes do referido movimento cinematográfico (ver postagem anterior). E também foi ele que, no primeiro momento fundou, juntamente com os outros pioneiros Gentil Roiz, e Ary Severo a primeira produtora de filmes em Pernambuco, consequentemente a mais famosa delas: a Aurora Filmes.

Curiosamente, sobre Edson, além façanha de filmar os longas do Ciclo, pouco se sabe sobre ele; além, é claro, do consagrado talento em filmar na cansativa manivela da dinossáurica impire ou enermman,as máquinas utilizadas na época. De sorte, sabe-se que ele foi um ourives e, terminado o movimento partiu para o Rio de Janeiro onde terminou seus dias, provavelmente na década de 1950.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um Pioneiro de Pernambuco: 89 de anos de cinema pernambucano (1923- 2012)

Dotado de uma personalidade marcante para as primeiras décadas do século XX, Luís de França da Rosa Torreão, mais conhecido por Ary Severo foi o mais importante cineasta pernambucano. E, sem dúvida um dos mais importantes do Brasil.
Após uma breve passagem na França, considerada o berço do cinema mundial, ele foi responsável por fundar produtoras no Recife, produzir estórias de enredo, dar início à profissionalização cinematográfica brasileira, além de modificar a estética dos filmes de seu movimento.


Como, por exemplo, no chamado Ciclo do Recife (1923-1931), considerado o maior dos movimentos cinematográficos do Brasil em sua década.
Graças a ele, bem como seus companheiros Jota Soares, Gentil Roiz, Edson Chagas, Luiz Maranhão, entre outros, Pernambuco ganhou o prestígio nacional como "a Hollywood Brasileira".
No matrimônio casou-se com a atriz Almery Steves, com quem ajudou a ingressar no cinema. Jurando Vingar(1924), A filha do Advogado (1926), Aitaré da Praia (1925), e Dança, Amor e Ventura (1927) constam como seus filmes mais famosos. Faleceu em Olinda, em 1994, aos 90 anos.