quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Joaquim Matos: o Exibidor do Ciclo


O Ciclo do Recife nasceu para o público, oficialmente, no dia 16 de março de 1925, graças à ação desbravadora de quatro homens: do cinegrafista Edson Chagas, dos cineastas Gentil Roiz, Ary Severo e do exibidor Joaquim Matos, proprietário do Cinema Royal.Sem dúvida o Royal foi o templo do cinema pernambucano, graças à “camaradagem” dele. Pois não havia espaço na programação dos filmes, toda comprometida com produções americanas. Mas pela amizade se dava um jeito.
E para burlar da implacável perseguição Matos exibia os nossos filmes em vários cinemas por curto período, a fim de garantir "sobrevivência" do Ciclo. Já idoso ele deixou uma declaração de sua façanha, registrada em cartório:
"Eu engalanava meu cinema com bandeirolas, folhas de canela pelo chão, tudo quanto se fizesse necessário ao embelezamento da casa nos dias de exibições dos filmes pernambucanos. Ainda me recordo bem daquela manhã de julho de 1926, quando exibi para a imprensa e convidados o filme A Filha do Advogado. Foi um delírio. E eu nunca vi em primeiro plano qualquer lucro, era duramente criticado pelos meus colegas exibidores. Visava acima de tudo ajudar àqueles heróis, verdadeiros loucos."
(Declaração de 16 de maio de 1958).

Um comentário:

  1. É linda a história do ciclo pernambucano. Ela não pode morrer nunca. Parabéns!

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